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Mostrando postagens de 2010

Metafísica e Ciência

A frase de Descartes "Os corpos não são conhecidos a partir do fato de que eles são vistos ou tocados, mas sim apenas porque são entendidos" explicita o paradigma racionalista. O racionalismo advoga que a razão sobrepõe-se aos sentidos na construção do entendimento sobre a realidade. "Ver" e "tocar" são aptidões dos sentidos e, segundo os racionalistas, não são capazes de construir um conhecimento exato sobre o mundo exterior. Contrários a essa temática de Descartes e de outros pensadores racionalistas, os empiritas defendem que os sentidos - e não a razão - são as ferramentas do homem para assimilar o conhecimento sobre o mundo exterior. A mente é uma tábula rasa, que vai sendo pintada na medida em que o homem apreende a realidade externa com o uso que faz dos sentidos. Qualquer desses dois grandes paradigmas filosóficos implica o enfrentamento de várias questões metafísicas tais como "O que é o conhecimento?", "O que se conhece de fato?&qu

As Áreas da Filosofia

A divisão das disciplinas filosóficas é feita tomando-se por base o tipo de assunto a que se dedicam: são elas a metafísica, a filosofia crítica, a epistemologia, a filosofia política e a estética. Sobre a metafísica, especificamente, consiste esta na área da filosofia que se preocupa com as questões envolvendo a natureza da realidade, do ser e da existência. Aristóteles chamava a metafísica de “filosofia primeira”, justamente por ela se ocupar das causas mais elementares da origem de tudo. Equiparava-a, também, a um tipo de ciência de Deus, que perscruta o ser, a existência, o divino, a alma, o espírito. Há quem advogue a exclusão da metafísica do rol das disciplinas filosóficas, por acreditar que ela não pode ser considerada um estudo crítico dos conceitos científicos e da vida prática. Nesse contexto, é certo que, mesmo na metafísica, deve-se partir das premissas do senso comum e das demais ciências. Por outro lado, também é verdade que premissas metafísicas podem ser encontradas

O que é um Paradigma?

Um paradigma é a maneira de organizar o conjunto de informações referentes a uma determinada tradição de pensamento. O conjunto de premissas de uma tradição de pensamento compõe o seu paradigma e orienta os defensores das idéias dessa tradição. Em outras palavras, o paradigma é um sistema organizador de dados e cada um deles contém um número de informações que são coerentes entre si. Esse sistema de idéias que apresentam premissas coerentes é capaz de fazer a história de um determinado modo de pensar. O grupo pessoas pertencentes a uma tradição de pensamento passa a agir de acordo com os axiomas desse paradigma. Esses dados não se organizam sozinhos. Logo, a comunidade de observadores que legitima o paradigma e faz com que suas premissas tenham validade também integram a noção de paradigma. Exemplos de tradição paradigmáticas são o monismo, o dualismo e o pluralismo. Todos três são modos organizados de pensar. Cada qual tem premissas coerentes com a idéia que defende e cada um deles é

Neoplatonismo no Islamismo e no Judaísmo

No islamismo, a maioria dos grandes nomes da filosofia árabe na Idade Média adotou o neoplatonismo, com elementos aristotélicos, na construção de suas idéias. Assim foi com Al Farrabi, Avicena, Al Kind. Averrois, por sua vez, seguiu outra linha, procurando justamente excluir todo o neoplatonismo da teoria aristotélica, a qual considerava perfeita expressão da verdade. A Kalan, filosofia mulçulmana da qual se extrai a temática fé e razão, juntamente com o Corão e a tradição, são os principais componentes da filosofia árabe. Estão presentes na Kalam diversos elementos neoplatônicos, tais como referências à teoria da emanação dos seres, à vida após a morte, à transmigração da alma, ao conflito entre a onisciência divina e a liberdade do homem, ao destino do pecador e ao livre-arbítrio. O caminho do homem em direção a Deus e à exaltação da fé também são elementos advindos das idéias de Platão presentes na filosofia árabe. Na filosofia judaica, igualmente encontram-se as mesmas idéias refer

Dúvida Metódica e Compreensão Cartesiana do Homem

Foi Descartes, no início da Idade Moderna, que posicionou o homem como um ser que existe de fato. Contrapondo-se ao relativismo moral de Montaigne, Descartes tentou vencer o ceticismo por meio da utilização da dúvida como parte relevante do seu método. Segundo Montaigne, não era possível possuir crenças absolutas em nada, considerando-se a diversidade de pessoas, culturas e modos de vida que inviabilizava por completo o estabelecimento de um modelo de moral que pudesse ser aceita e praticada por todos. Pensando desse modo, Montaigne relativizava tudo, o que tornava o conhecimento absoluto sobre qualquer coisa uma impossibilidade. O famoso brocardo de Descartes "Penso, logo existo" revela a certeza de que o homem tem que existir a partir do momento em que ele constata a prática do pensamento. Se o homem pensa e tem consciência disso, o homem tem alma, logo, existe. É uma visão antropológica que busca dar sentido e afirmar a existência humana. Ora, se o homem em si pode pensar,

Pensamento Crítico e Agir Educacional

Pensar criticamente no agir educacional é pensar de modo a produzir transformação. O ato de educar é uma troca entre professor e aluno visando a educação como um todo, da forma mais plena. De um lado, o aluno aprende e se transforma. De outro, o professor igualmente se transforma, considerando que a atividade educacional é uma troca e não uma mera abordagem explicativa da disciplina por parte do professor. Professor e aluno trocam experiências de vida, porquanto o professor ensina não apenas o conteúdo, mas aquilo que ele é. Do outro lado, nessa dinâmica de trocas, toda a sociedade evolui e o país desenvolve. O crescimento tecnológico de um país está diretamente atrelado ao nível de educação da sociedade daquele país. Numa concepção macro, então, o país precisa da educação para desenvolver-se em todos os setores da economia. O mundo precisa da educação de igual maneira. É possível perceber que todos os atores sociais tem interesse direto na educação. Por esse motivo, a educação é socia

O Iluminismo e a Educação

O Iluminismo, movimento que transformou a visão antropológica do mundo na Idade Moderna, encontrou espaço para aflorar em razão da modificação do cenário político europeu da época. A necessidade iminente de progresso em todas as direções, a crise religiosa e a descrença no poder da Igreja minaram o feudalismo e forçaram a descentralização da Europa em Estados Nacionais. A classe burguesa movimentava o comércio e a economia exigia uma mudança de mentalidade antropológica. O homem, antes servo do senhor feudal, limitado, impossibilitado de gerar riqueza e girar capital por conta própria, agora ganhava uma nova roupagem dentro do Iluminismo. O homem passou a ser o centro dessa nova concepção antropológica e a razão seu principal instrumental para impulsionar o progresso. As pntecialidades do homem precisavam ser incentivadas. A ciência despontava, as invenções precisavam de mentes preparadas. Por essa razão, a educação foi fortemente incentivada nesse momento histórico. É por meio dela qu

Os Principais Pensadores da Antropologia Filosófica

Com o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, o cenário político modificou-se da centralização dos feudos para a descentralização em Estados Nacionais. O progresso despontava e a divulgação do pensamento e do conhecimento tornava-se cada vez mais evidente. Surge um novo ambiente para o desenvolvimento de uma nova visão antropológica manifestada nas mais variadas correntes de pensamentos defendidas pelos grandes nomes da filosofia mundial da Idade Moderna. Descartes, considerado o marco do pensamento antropológico que inaugura a Idade Moderna, enxergava ser possível, ao contrário de Montaigne, a existência de verdades absolutas. Para Montaigne, o conhecimento era impossível de ser apreendido tendo em vista o relativismo. Cada ser humano desenvolvia-se em um cenário cultural e histórico diferente, sendo impossível elaborar uma tábua de valores que fosse aplicável a todos os homens em todas as épocas, motivo que inviabilizava a elaboração de qualquer conhecimento que pretendesse s

A Metafísica

A filosofia não dispõe de um único método que lhe sirva para perscrutar as questões que ela investigar. Os assuntos objetos da filosofia não são problemas científicos e não estão sujeitos a validação empírica. São questões perenes, que se perpetuam no tempo e cuja existência força a comunidade filosófica a constantemente questionar em diversas direções para buscar as respostas e a construir variadas formas de raciocínio, correntes e teorias. Descartes - e seu método cartesiano - investigava as questões universais duvidando de tudo aquilo que pudesse ser objetável. Ao duvidar de tudo, duvidou de sua própria existência, comprovando-a somente pelo fato de que era um ser pensante. Daí decorre a célebre frase : "Penso, logo existo". Didaticamente, convencionou-se dividir as disciplinas filosóficas em metafísica, filosofia crítica, epistemologia ou teoria do conhecimento, filosofia política-ética e estética. Sobre a metafísica, ela está presente no conteúdo de todas as demais disci

A Antropologia na Antiguidade Clássica

Com os pré-socráticos, o cerne da filosofia era o cosmos. Os filósofos se ocupavam de questões ontológicas, da origem do universo e dos seres. Foi com os sofistas que deu-se início a mudança dessa perspectiva. O centro da filosofia migrava das questões cosmológicas para o homem; a antropologia e não a ontologia. Com Sócrates - avesso ao relativismo dos sofistas, para os quais a verdade nunca poderia ser alcançada - a antropologia volta-se para a idéia de que o homem deveria buscar a verdade dentro de si. O "conhece-te a ti mesmo" de Sócrates representa o resumo desse pensamento. Para ele, uma vida que não é refletida não merece ser vivida e a felicidade pode ser alcançada pelo esforço contínuo do homem em viver uma vida ética. Com Platão, as questões filosóficas e antropológicas ganham contornos transcendentes. Ao homem convém viver uma vida correta, praticando a fé, já que seu fim é retornar a Deus. Platão acreditava na vida após a morte, na transmigração da alma e considera

Filosofia: Prática Libertadora

Os governos ditatoriais e algumas religiões tem o "costume" de enfatizar a inutilidade da filosofia, da sociologia e das ciências humanas em geral, evidenciando o saber técnico em detrimento do reflexivo. Porque isso acontece? O "costume" de enfatizar a inutilidade da filosofia e demais ciências humanas é decorrente do medo. A filosofia ensina a pensar criticamente; ela é um instrumental da razão para abrir os horizontes da mente e construir um arsenal de idéias novas. Aprende-se a pensar por meio da filosofia. E pensar é um risco para o ditador, para o líder que não quer perde o seu posto e para a instituição que não quer ser desmoralizada. Quem pensa pode vir a constatar que está sendo manipulado, dominado, subjugado. E, sobretudo, quem descobre que está sendo oprimido, descobre, também, que pode lutar contra essa opressão. E vencê-la com a autonomia do seu pensamento e da condução de sua própria vida. O ditador não quer opositores. Os manipuladores não querem ser

Sobre o Pragmatismo

O pragmatismo é uma corrente de pensamento voltada para a conceitar e caracterizar uma concepção específica de educação. Para o pragmatismo, a educação tem caráter social. Ela deve primar pela multiplicidade de possibilidades de conhecimento e aprendizado, de modo a permitir a implementação de práticas inclusivas que prezem pela diversidade e pluralidades de conceitos e idéias. Segundo o pragmatismo, não deveria - nem pode haver - currículos estanques e práticas educativas inalteráveis, dada a necessidade de adaptação da educação ao contexto cultural e temporal do homem e dada a própria mutabilidade do ser humano. Na educação deve ser levado em conta o ambiente cultural e histórico em que está inserido o aluno e as suas múltiplas variáveis. O pragmatismo é anti-funcionalista. Para ele o conhecimento é resultado do hábito e da prática. Considera, ainda, a própria estrutura biológica e mental do ser humano e a capacidade de interação que possibilitam o diálogo e as trocas cognitivas nece

Epistemologia e Práticas Educativas

Epistemologia é a construção de idéias voltadas para o que vem a ser o conhecimento e como ele pode ser apreendido. É a ciência do conhecimento e dos modos de adquiri-lo. Pensar o conhecimento nas práticas pedagógicas é semelhante a buscar mecanismos de compreender como o aluno aprende, como ele conhece e o que vem a ser o conhecimento. A psicologia oferece grande contribuição na perspectiva de buscar esclarecer os mecanismos cognitivos de aprendizado do ser humano. A filosofia da educação igualmente contribui quando busca esclarecer conceitos e lançar as bases da epistemologia voltada para o agir educacional. Os maiores filósofos da humanidade construíram teorias do conhecimento das mais variadas correntes. Na construção de uma teoria que lance os fundamentos epistemológicos, filosóficos e metafísicos do agir pedagógico direcionado ao conhecimento, deve-se levar em conta vários aspectos. Conhecer alguma coisa ou o modo como se conhece está intimamente relacionado a diversos fatores. U

Breves Notas Sobre o Personalismo de Emmanuel Mounier

A Renascença identifica-se com o fim da Idade Média e início da Moderna. Para a história da humanidade, isso representa um marco significativo na mudança de perspectiva em quase todas as áreas. A filosofia da antiguidade clássica torna-se fonte de inspiração para a Renascença e modifica significativamente a noção antropológica do período. A revalorização da antiguidade clássica, que está na essência das características do movimento renascentista, traz consigo o Humanismo. Segundo o filósofo e jurista Miguel Reale, o movimento renascentista serviu de arcabouço para o surgimento de novas idéias que culminaram na ocorrência de uma mudança substancial na Ciência e na Filosofia, a partir da perspectiva do Humanismo. O Humanismo, principal ideologia da época, coloca o homem no centro da preocupação da Ciência e da Filosofia. Ele retrata principalmente a idéia de que o homem deve usar a razão e basear-se nas evidências empíricas para chegar às suas conclusões sobre tudo. O raciocínio lógico

A Filosofia da Educação: Uma Prática Necessária

O revolucionário pensador do século XX, Carl Marx, na sua 11° Tese sobre Feuerbach, lançou a seguinte frase: " Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo. Diferentemente, cabe transformá-lo. Talvez seja justamente porque os filósofos se preocuparam tanto em observar o mundo - mas não em transformá-lo com o mesmo vigor com que refletiam - que a filosofia ainda seja vista por tanta gente como uma atividade destituída de sentido prático, embora saibamos que ela não é. A filosofia está presente de modo indissociável em absolutamente todas as ciências humanas e sociais e até mesmo na física e na matemática. A filosofia é a essência, portanto, se colocada em prática, pode transformar qualquer estrutura, qualquer ramo do saber, qualquer sociedade. Essa é a grande questão que coloco: precisamos amar a filosofia, estudar a filosofia, divulgar a filosofia, construir a filosofia, mas, acima de tudo, viver a filosofia. Filosofia como atitude e não como prática de reflexão apenas. A f

O Homem - Um Ser-Para-A-Morte

O aspecto mais relevante que diferencia o homem dos outros seres é a consciência da sua existência. E é justamente essa consciência que nos causa dor, porque traz consigo a certeza da nossa finitude material, da morte. O homem é um ser-para-a-morte e sabe disso. Um dos grandes papéis das religiões é conceder ao ser humano alívio parcial, com promessas "de vida eterna", para amenizar esse conflito existencial que gira em torno da angústia trazida pela certeza da finitude. Acredito, também, que a necessidade de crença em um Deus passe por essa questão da seguinte maneira: Deus é eterno e imutável; o homem é a imagem e semelhança de Deus; logo, o homem também pode herdar a vida eterna daquele que a possui. Ser um ser-para-a-morte, e ter ciência disso, pode ser a causa principal da maioria dos conflitos do ser humano e da própria sociedade. A certeza da finitude gera o desespero. O homem não sabe o que o espera depois da morte e o que acontecerá quando o corpo se for. Disso decor

Teologia X Filosofia - Idade Média

Numa abordagem resumida dos contornos da Idade Média, não há como precisar nem os limites cronológicos, nem os territoriais desse importante e mal compreendido período histórico. Mal compreendido por ser normalmente qualificado como um período de trevas e obscurantismo quando, na verdade, foi um marcante momento de intensa e profunda reflexão sobre as questões atinentes à natureza do homem. Há a equivocada idéia, oriunda de interpretações feitas da realidade dessa época, de que a filosofia era e ainda é serva da teologia ou que ambas são a mesma coisa. Percebe-se que, no esforço de associar a filosofia da época medieval exclusivamente com a teologia dominante no período - que é a cristã - acaba-se desconsiderando, nesse contexto, as ricas contribuições filosóficas tanto do pensamento judeu, quanto árabe e da tradição grega. A verdade é que filosofia não é teologia, embora a teologia não prescinda da filosofia. Ambas não se confundem, embora haja entre elas uma intersecção evidente. Ist

A Filosofia da Educação - Parceria entre Professor e Aluno

O papel da filosofia da educação é fomentar a reflexão crítica sobre o processo educativo, suas variáveis e contextos, as práticas de ensino, a mentalidade do professor e a realidade do aluno. É essa reflexão crítica que vai possibilitar a melhoria da qualidade do ensino e a realização da transformação social proposta pela educação. Como dizia Paulo Freire, a educação é um ato político. A filosofia oferece o substrato crítico para as ações políticas. Educar é orientar a ação política em prol de um determinado objetivo. E o objetivo da educação é a transformação da sociedade para melhor. É inegável que faz-se necessária a conscientização do aluno para que deixe de ser mero receptor do conhecimento e passe a integrar de maneira ativa e eficaz o processo de aprendizagem, visando a troca de informações e experiências com os professores e o exercício da capacidade reflexiva. Educar não é apenas responsabilidade do professor, mas do indivíduo que se dispõe a aprender. Educar é uma via de mão

Antropologia Filosófica - Objeto de Estudo

Toda a temática da Antropologia Filosófica gira em torno da tentativa de definir o ser humano. O homem nasce com uma determinada carga genética que determina, pelo menos a priori, algumas características comportamentais decorrentes de sua natural fisiologia. Mas esse é apenas o primeiro aspecto - biológico - da existência humana. O homem é, na verdade, o resultado da sua genética, mas também da sociedade em que vive, das suas manifestações culturais, do contexto histórico em que está inserido, da sua maneira de encarar o mundo, da sua concepção moral e ética, da sua noção de estética, dos seus atributos psicológicos. É, portanto, papel da filosofia considerar todas essas variáveis para definir o homem e dimensionar sua existência. Assim como dizia Aristóteles, o homem é um ser gregário e sua existência se manifesta em relação a outros seres humanos. Isso quer dizer que as potencialidades do ser humano se mostram em maior extensão na medida em que ele se relaciona com o grupo social. N

Antropologia da Religião - Religiosidade, Aspecto Individual do Ser Humano

A religião, assim como todos os atributos da nossa personalidade, é um aspecto individual da manifestação da espiritualidade do homem. Cada ser humano é único na sua maneira de se expressar e na forma como busca compreender a idéia de um Deus, a formação do universo, o destino da humanidade, o sentido da vida, a natureza da alma, a diferença entre alma e espírito, a vida após a morte, se existe ou não uma força suprema que criou todas as coisas. Como é possível pretender contribuir para a formação de uma concepção religiosa se a leitura que se faz das questões envolvendo os maiores conflitos da humanidade é absolutamente individual? Nos últimos tempos tenho refletido sobre a possível violência que se esconde por detrás de algumas formas de compartilhar o conhecimento religioso. Tenho dúvidas se a religião pode ser "aprendida". Religião é um modo de expressão tão particular quanto nossas impressões digitais. É a maneira com a qual o espírito faz a leitura do universo. Será que