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Mostrando postagens de junho 15, 2010

Neoplatonismo no Islamismo e no Judaísmo

No islamismo, a maioria dos grandes nomes da filosofia árabe na Idade Média adotou o neoplatonismo, com elementos aristotélicos, na construção de suas idéias. Assim foi com Al Farrabi, Avicena, Al Kind. Averrois, por sua vez, seguiu outra linha, procurando justamente excluir todo o neoplatonismo da teoria aristotélica, a qual considerava perfeita expressão da verdade. A Kalan, filosofia mulçulmana da qual se extrai a temática fé e razão, juntamente com o Corão e a tradição, são os principais componentes da filosofia árabe. Estão presentes na Kalam diversos elementos neoplatônicos, tais como referências à teoria da emanação dos seres, à vida após a morte, à transmigração da alma, ao conflito entre a onisciência divina e a liberdade do homem, ao destino do pecador e ao livre-arbítrio. O caminho do homem em direção a Deus e à exaltação da fé também são elementos advindos das idéias de Platão presentes na filosofia árabe. Na filosofia judaica, igualmente encontram-se as mesmas idéias refer

Dúvida Metódica e Compreensão Cartesiana do Homem

Foi Descartes, no início da Idade Moderna, que posicionou o homem como um ser que existe de fato. Contrapondo-se ao relativismo moral de Montaigne, Descartes tentou vencer o ceticismo por meio da utilização da dúvida como parte relevante do seu método. Segundo Montaigne, não era possível possuir crenças absolutas em nada, considerando-se a diversidade de pessoas, culturas e modos de vida que inviabilizava por completo o estabelecimento de um modelo de moral que pudesse ser aceita e praticada por todos. Pensando desse modo, Montaigne relativizava tudo, o que tornava o conhecimento absoluto sobre qualquer coisa uma impossibilidade. O famoso brocardo de Descartes "Penso, logo existo" revela a certeza de que o homem tem que existir a partir do momento em que ele constata a prática do pensamento. Se o homem pensa e tem consciência disso, o homem tem alma, logo, existe. É uma visão antropológica que busca dar sentido e afirmar a existência humana. Ora, se o homem em si pode pensar,

Pensamento Crítico e Agir Educacional

Pensar criticamente no agir educacional é pensar de modo a produzir transformação. O ato de educar é uma troca entre professor e aluno visando a educação como um todo, da forma mais plena. De um lado, o aluno aprende e se transforma. De outro, o professor igualmente se transforma, considerando que a atividade educacional é uma troca e não uma mera abordagem explicativa da disciplina por parte do professor. Professor e aluno trocam experiências de vida, porquanto o professor ensina não apenas o conteúdo, mas aquilo que ele é. Do outro lado, nessa dinâmica de trocas, toda a sociedade evolui e o país desenvolve. O crescimento tecnológico de um país está diretamente atrelado ao nível de educação da sociedade daquele país. Numa concepção macro, então, o país precisa da educação para desenvolver-se em todos os setores da economia. O mundo precisa da educação de igual maneira. É possível perceber que todos os atores sociais tem interesse direto na educação. Por esse motivo, a educação é socia

O Iluminismo e a Educação

O Iluminismo, movimento que transformou a visão antropológica do mundo na Idade Moderna, encontrou espaço para aflorar em razão da modificação do cenário político europeu da época. A necessidade iminente de progresso em todas as direções, a crise religiosa e a descrença no poder da Igreja minaram o feudalismo e forçaram a descentralização da Europa em Estados Nacionais. A classe burguesa movimentava o comércio e a economia exigia uma mudança de mentalidade antropológica. O homem, antes servo do senhor feudal, limitado, impossibilitado de gerar riqueza e girar capital por conta própria, agora ganhava uma nova roupagem dentro do Iluminismo. O homem passou a ser o centro dessa nova concepção antropológica e a razão seu principal instrumental para impulsionar o progresso. As pntecialidades do homem precisavam ser incentivadas. A ciência despontava, as invenções precisavam de mentes preparadas. Por essa razão, a educação foi fortemente incentivada nesse momento histórico. É por meio dela qu

Os Principais Pensadores da Antropologia Filosófica

Com o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, o cenário político modificou-se da centralização dos feudos para a descentralização em Estados Nacionais. O progresso despontava e a divulgação do pensamento e do conhecimento tornava-se cada vez mais evidente. Surge um novo ambiente para o desenvolvimento de uma nova visão antropológica manifestada nas mais variadas correntes de pensamentos defendidas pelos grandes nomes da filosofia mundial da Idade Moderna. Descartes, considerado o marco do pensamento antropológico que inaugura a Idade Moderna, enxergava ser possível, ao contrário de Montaigne, a existência de verdades absolutas. Para Montaigne, o conhecimento era impossível de ser apreendido tendo em vista o relativismo. Cada ser humano desenvolvia-se em um cenário cultural e histórico diferente, sendo impossível elaborar uma tábua de valores que fosse aplicável a todos os homens em todas as épocas, motivo que inviabilizava a elaboração de qualquer conhecimento que pretendesse s