Com o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, o cenário político modificou-se da centralização dos feudos para a descentralização em Estados Nacionais. O progresso despontava e a divulgação do pensamento e do conhecimento tornava-se cada vez mais evidente. Surge um novo ambiente para o desenvolvimento de uma nova visão antropológica manifestada nas mais variadas correntes de pensamentos defendidas pelos grandes nomes da filosofia mundial da Idade Moderna.
Descartes, considerado o marco do pensamento antropológico que inaugura a Idade Moderna, enxergava ser possível, ao contrário de Montaigne, a existência de verdades absolutas. Para Montaigne, o conhecimento era impossível de ser apreendido tendo em vista o relativismo. Cada ser humano desenvolvia-se em um cenário cultural e histórico diferente, sendo impossível elaborar uma tábua de valores que fosse aplicável a todos os homens em todas as épocas, motivo que inviabilizava a elaboração de qualquer conhecimento que pretendesse ser universal. Descartes, por sua vez, entendia possível afirmar alguma verdade, sobretudo, afirmar a existência do "eu". Para isso, por meio da dúvida metódica, Descartes procurou demonstrar que o homem é uma “coisa que pensa”. E se o homem pensa, existe, idéia que deu origem ao célebre brocardo de sua autoria "Penso, logo existo". Portanto, para Descartes, o homem se afirma como ser na medida que prova sua existência pelo pensamento. Descartes era dualista, mecanicista (os seres são máquinas como um relógio) advogava a separação entre corpo e alma e acreditava que a idéia de Deus era inata do homem.
Hobbes, pensador materialista, ao contrário do dualismo de Descartes, pregava que o "estado de natureza" do homem é egoísta e violento, numa permanente "guerra de todos contra todos", motivo que impõe a necessidade do absolutismo para evitar o caos.
Locke laborava sua antropologia na direção oposta da de Hobbes. Segundo ele, o homem é bom, o seu "estado de natureza" compreende e ama Deus, valoriza a sua própria vida e a do outro. Para Locke, é reprovável o absolutismo e incentivada a democracia representativa. Tanto Locke quanto Hobbes são contratualistas, mas defendem sistemas de governo diametralmente opostos. E na filosofia de ambos é visível a estrita relação entre concepção antropológica e filosofia política.
Rousseu, pensador francês, era iluminista e romântico. Para ele, o "estado de natureza" do homem é o da civilização menos tecnológica. O homem é bom (o bom selvagem); o que deturpa sua natureza é a desordem gerada pelas idéias de propriedade e poder.
Paschal, ao contrário de Descartes, defende a unicidade do homem. Para ele, inexiste a separação entre corpo e mente e as razões do coração ou da alma não podem ser assimiladas racionalmente.
Kant, racionalista, empirista e iluminista, é defensor da idéia de que o homem não pode compreender a sua natureza. Considerando que expressões como Deus, alma, mundo são metafísicas e não podem ser apreendidas, tudo o que conhecemos decorre somente do que é possível apreender dos fenômenos. É a manifestação fenomenológica a fonte de conhecimento possível. Ainda, para Kant, o sistema ético do homem é elaborado com base na conduta que se adquire observando o imperativo categórico (regra universal).
Hume, materialista, entende inexistir a separação entre corpo e alma. Para ele, tudo o que o homem conhece é adquirido por meio da experiência advinda dos sentidos (empirismo). Hume faz a conecção entre impressões e idéias.
Marx, grande pensador do socialismo, define o homem a partir da concepção econômica. Para ele, o homem é o que a estrutura econômica do contexto no qual ele está inserido diz que ele é.
Kierkgaarde, existencialista e materialista, define o homem a partir da escolha. O homem existe porque escolhe. A escolha é o centro da antropologia desse pensador.
Sartre, existencialista, define o homem a partir da concepção de liberdade. Não existem realidades monodirecionais, permanentes, estáticas. O homem tem que ser livre e sua vida é obra do caos.
Nietzsche define o homem a partir da sua capacidade de romper com a estrutura moral vigente e construir seu próprio sistema moral. O homem que assim o fizesse é chamado por ele de “Super-Homem” e estaria acima do bem o do mal. Nietzsche era ferrenho crítico dos sistemas morais, políticos, econômicos e, sobretudo, religiosos.
Todos esses pensadores permanecem atuais. Não pelo fato de que anunciaram verdades absolutas, impossíveis de serem questionadas, mas pelo fato de que elaboraram complexos sistemas filosóficos de tradições diferenciadas e que servem até hoje de base para a construção da filosofia. Racionalismo, empirismo, contratualismo, socialismo, dualismo, materialismo, romantismo; todas essas linhas de pensamento revolucionaram, estruturaram, sedimentaram e definiram - e continuam a definir - características de sistemas econômicos, políticos, sociais e filosóficos no mundo.
Descartes, considerado o marco do pensamento antropológico que inaugura a Idade Moderna, enxergava ser possível, ao contrário de Montaigne, a existência de verdades absolutas. Para Montaigne, o conhecimento era impossível de ser apreendido tendo em vista o relativismo. Cada ser humano desenvolvia-se em um cenário cultural e histórico diferente, sendo impossível elaborar uma tábua de valores que fosse aplicável a todos os homens em todas as épocas, motivo que inviabilizava a elaboração de qualquer conhecimento que pretendesse ser universal. Descartes, por sua vez, entendia possível afirmar alguma verdade, sobretudo, afirmar a existência do "eu". Para isso, por meio da dúvida metódica, Descartes procurou demonstrar que o homem é uma “coisa que pensa”. E se o homem pensa, existe, idéia que deu origem ao célebre brocardo de sua autoria "Penso, logo existo". Portanto, para Descartes, o homem se afirma como ser na medida que prova sua existência pelo pensamento. Descartes era dualista, mecanicista (os seres são máquinas como um relógio) advogava a separação entre corpo e alma e acreditava que a idéia de Deus era inata do homem.
Hobbes, pensador materialista, ao contrário do dualismo de Descartes, pregava que o "estado de natureza" do homem é egoísta e violento, numa permanente "guerra de todos contra todos", motivo que impõe a necessidade do absolutismo para evitar o caos.
Locke laborava sua antropologia na direção oposta da de Hobbes. Segundo ele, o homem é bom, o seu "estado de natureza" compreende e ama Deus, valoriza a sua própria vida e a do outro. Para Locke, é reprovável o absolutismo e incentivada a democracia representativa. Tanto Locke quanto Hobbes são contratualistas, mas defendem sistemas de governo diametralmente opostos. E na filosofia de ambos é visível a estrita relação entre concepção antropológica e filosofia política.
Rousseu, pensador francês, era iluminista e romântico. Para ele, o "estado de natureza" do homem é o da civilização menos tecnológica. O homem é bom (o bom selvagem); o que deturpa sua natureza é a desordem gerada pelas idéias de propriedade e poder.
Paschal, ao contrário de Descartes, defende a unicidade do homem. Para ele, inexiste a separação entre corpo e mente e as razões do coração ou da alma não podem ser assimiladas racionalmente.
Kant, racionalista, empirista e iluminista, é defensor da idéia de que o homem não pode compreender a sua natureza. Considerando que expressões como Deus, alma, mundo são metafísicas e não podem ser apreendidas, tudo o que conhecemos decorre somente do que é possível apreender dos fenômenos. É a manifestação fenomenológica a fonte de conhecimento possível. Ainda, para Kant, o sistema ético do homem é elaborado com base na conduta que se adquire observando o imperativo categórico (regra universal).
Hume, materialista, entende inexistir a separação entre corpo e alma. Para ele, tudo o que o homem conhece é adquirido por meio da experiência advinda dos sentidos (empirismo). Hume faz a conecção entre impressões e idéias.
Marx, grande pensador do socialismo, define o homem a partir da concepção econômica. Para ele, o homem é o que a estrutura econômica do contexto no qual ele está inserido diz que ele é.
Kierkgaarde, existencialista e materialista, define o homem a partir da escolha. O homem existe porque escolhe. A escolha é o centro da antropologia desse pensador.
Sartre, existencialista, define o homem a partir da concepção de liberdade. Não existem realidades monodirecionais, permanentes, estáticas. O homem tem que ser livre e sua vida é obra do caos.
Nietzsche define o homem a partir da sua capacidade de romper com a estrutura moral vigente e construir seu próprio sistema moral. O homem que assim o fizesse é chamado por ele de “Super-Homem” e estaria acima do bem o do mal. Nietzsche era ferrenho crítico dos sistemas morais, políticos, econômicos e, sobretudo, religiosos.
Todos esses pensadores permanecem atuais. Não pelo fato de que anunciaram verdades absolutas, impossíveis de serem questionadas, mas pelo fato de que elaboraram complexos sistemas filosóficos de tradições diferenciadas e que servem até hoje de base para a construção da filosofia. Racionalismo, empirismo, contratualismo, socialismo, dualismo, materialismo, romantismo; todas essas linhas de pensamento revolucionaram, estruturaram, sedimentaram e definiram - e continuam a definir - características de sistemas econômicos, políticos, sociais e filosóficos no mundo.
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