O revolucionário pensador do século XX, Carl Marx, na sua 11° Tese sobre Feuerbach, lançou a seguinte frase: " Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo. Diferentemente, cabe transformá-lo.
Talvez seja justamente porque os filósofos se preocuparam tanto em observar o mundo - mas não em transformá-lo com o mesmo vigor com que refletiam - que a filosofia ainda seja vista por tanta gente como uma atividade destituída de sentido prático, embora saibamos que ela não é.
A filosofia está presente de modo indissociável em absolutamente todas as ciências humanas e sociais e até mesmo na física e na matemática. A filosofia é a essência, portanto, se colocada em prática, pode transformar qualquer estrutura, qualquer ramo do saber, qualquer sociedade.
Essa é a grande questão que coloco: precisamos amar a filosofia, estudar a filosofia, divulgar a filosofia, construir a filosofia, mas, acima de tudo, viver a filosofia. Filosofia como atitude e não como prática de reflexão apenas.
A filosofia da educação é essencial para o educador e também para o educando. São as discussões filosóficas que preparam o homem para ser agente de mudanças. Mas o homem precisa pôr em prática o que aprende com o exercício da reflexão crítica, embora saibamos que a mais bem intencionada proposta de mudança da realidade educacional no nosso país encontrará percalços na falta de verbas públicas e na ausência de apoio do governo. Mesmo assim, cada professor e aluno podem fazer a sua parte.
Precisamos colher da filosofia construções que agregam valor não apenas no sentido teórico, mas que afetam positivamente a realidade.
Na área jurídica, percebo o quanto juízes e outros profissionais do ramo, que lidam com questões tão delicadas do ser humano, não possuem formação filosófica alguma, não compreendem o homem, não são capazes de se colocar no lugar do outro, não refletem para além da legislação codificada, não mergulham em outras ciências para buscar compreender o caso concreto. O que seria do judiciário se todos os juízes estudassem filosofia e a colocasse em prática? O que seria do nosso sistema de ensino se professores e alunos resolvessem se esmerar no mesmo sentido?
Talvez seja esse o grande desafio: como ser um filósofo agente de transformação? Acredito que precisamos perguntar a nós mesmos, diariamente, o que podemos fazer para colocar em prática o que aprendemos e transformar o discurso num processo ativo.
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